Tecnologia inédita, energia solar e combustíveis alternativos pautam debates da COP28
O ano de 2023 já ficou marcado pela ocorrência de fenômenos climáticos extremos no mundo todo — de inundações na Índia ao calor intenso na Europa —, mostrando a urgência e relevância dos debates que acontecem na COP28, Conferência do Clima da ONU, que vai até 12 de dezembro em Dubai.
No cenário em que o aquecimento global e a emissão de gases do efeito estufa são preocupações crescentes, a transição energética será um dos temas de maior relevância no encontro. Para a Vale, será mais uma oportunidade de levar à conferência a sua experiência na trajetória para reduzir as emissões líquidas de carbono.
A mudança da matriz do consumo de energia de fontes fósseis para as renováveis tem avançado com iniciativas como o complexo de energia solar Sol do Cerrado, um dos maiores parques solares da América Latina, iniciado pela Vale em novembro do ano passado, em Jaíba, no norte de Minas Gerais, com potência que se compara ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes.
— Temos o compromisso de diminuir em 33% as emissões nas nossas operações até 2030 e zerá-las até 2050. Para tanto, investiremos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões. Entre as ações implementadas para atingir as metas, estamos testando a substituição do combustível fóssil por biocarbono no processo de queima da pelota; estudamos e vamos testar possibilidades de combustíveis alternativos como amônia, etanol, biodiesel e futuramente o hidrogênio verde; temos locomotivas e caminhões de pequeno porte elétricos já em teste — afirma Malu Paiva, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale.
Malu destaca que, em julho de 2023, o complexo Sol do Cerrado atingiu a capacidade máxima de produção:
— Com esse projeto, em 2023 atingiremos 100% de consumo de energia elétrica renovável no Brasil, dois anos antes da meta prevista para 2025. Até 2030, todas as operações da Vale no mundo também deverão somente consumir energia de fontes renováveis.
Pioneira em nova tecnologia
A Vale também tem avançado no desenvolvimento de insumos como o briquete de ferro, que ajuda os clientes da indústria do aço na redução das emissões. As siderúrgicas estão entre as maiores emissoras de gases do efeito estufa do mundo. É uma atividade indispensável, mas responsável por 8% das emissões globais de CO2.
Os avanços nessa área estão voltados para outra meta da companhia: reduzir em 15% até 2035 as emissões indiretas ao longo da cadeia de fornecimento e do ciclo de vida de seus produtos.
— O briquete de minério de ferro, que forneceremos aos nossos clientes da siderurgia, diminui em cerca de 10% as emissões de CO2. As duas primeiras fábricas desse produto no mundo se localizam em Vitória, Espírito Santo, e uma delas já está em fase de comissionamento. Entre os acordos assinados estão os que estabelecem estudos conjuntos para o desenvolvimento dos Mega Hubs. Nesses complexos industriais, forneceremos o minério de ferro, que será concentrado para aumentar sua qualidade. Em seguida, esse minério alimentará as plantas de briquete, que servirão de insumo para a fabricação do HBI, um produto intermediário fundamental na produção do aço de zero emissão de carbono.
A vice-presidente de Sustentabilidade explica que todas as iniciativas implementadas pela Vale são monitoradas, medidas e contabilizadas no inventário de gases do efeito estufa da empresa:
— É justamente essa robusta gestão da trajetória das emissões de gases do efeito estufa, aliada ao monitoramento contínuo de oportunidades de implementação de inovação e tecnologia, que permite à Vale realizar a avaliação de projeções e metas ainda mais ambiciosas e desafiadoras, buscando contribuir para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, antes mesmo de 2050, haja vista que sua meta de emissões líquidas zero dos escopos 1 e 2 (metas da ONU de redução das emissões diretas e indiretas) até 2050 já é alinhada a esse cenário.