A Revolução da Inteligência Artificial: Reflexões de Yuval Harari
Yuval Noah Harari, renomado autor de “Sapiens”, lança seu novo livro “Nexus: Uma Breve História das Redes de Informação, da Idade da Pedra à Inteligência Artificial”. Harari alerta sobre os perigos da inteligência artificial (IA), destacando que, embora seja a tecnologia mais poderosa já criada, a humanidade ainda não sabe como controlá-la adequadamente.
Harari argumenta que a IA é única por sua capacidade de tomar decisões, diferentemente de tecnologias passadas como a bomba atômica, que não pode decidir por si mesma. Ele enfatiza a necessidade urgente de regulamentar a IA, comparando-a à regulamentação de produtos, medicamentos e veículos, para evitar consequências desastrosas.
O livro de Harari não se limita à IA, mas explora a história das redes de informação, desde a Idade da Pedra. Ele analisa como inovações passadas, como a invenção do livro e da imprensa, moldaram religiões, culturas e políticas, e como a tecnologia moderna foi usada por regimes como o soviético para controle social.
Harari critica a visão ingênua de que mais informação sempre leva a melhores resultados. Ele compara a informação a alimentos, afirmando que, assim como o excesso de “comida lixo” prejudica a saúde, a “informação lixo” afeta negativamente a mente e a sociedade. Ele defende uma “dieta de informação” mais saudável.
O autor rejeita a ideia de um governo atuando como “Ministério da Verdade”, mas defende que o poder de regular a tecnologia deve ser distribuído entre governos, corporações, mídia e ONGs. Essa abordagem complexa, segundo ele, é essencial para a democracia, que se baseia na correção mútua de erros.
Harari também discute as promessas não cumpridas da internet, que deveria promover a verdade e a liberdade, mas acabou minando democracias. Ele acredita que um entendimento histórico pode ajudar a compreender por que essas expectativas não se concretizaram.
Por fim, Harari reconhece o potencial positivo da IA, como melhorar sistemas de saúde e prevenir desastres ecológicos. No entanto, ele adverte que não se deve subestimar suas ameaças, dado seu poder de decisão autônoma, que pode levar a consequências imprevisíveis e perigosas.